História

A NOSSA HISTÓRIA

A 24 de Março de 1935 nascia oficialmente o Sporting Club Santacruzense. Foi nessa data que um grupo de personalidades de Santa Cruz decidiu avançar com o registo dos estatutos do clube, formalizando assim a existência de uma coletividade já com muitos anos de atividade.

O Sporting Club Santacruzense foi efetivamente fundado no ano de 1916 por um grupo de cidadãos de Santa Cruz, nomeadamente Gil Spínola Barreto, António Sebastião Spínola Barreto, Alcino Pio de Freitas da Silva, Pedro da Silva, Tristão Odorico Rodrigues, Luís Franco e muitos outros dos quais não dispomos de informações nem nomes concretos.

Os seus fundadores construíram no sitio da Quintinha – Terça, próximo da Quinta do Dr. Nuno Porto, o primeiro Campo de Futebol do Santacruzense. Este campo de futebol era conhecido pelo Campo Vermelho, devido à cor da sua terra.

Segundo noticias da época, foi o primeiro campo de futebol mandado construir para a prática do futebol na Madeira. O aluguer do terreno era de 500$00 (quinhentos escudos por ano), pago numa fase incial pelos responsáveis do clube.

Mais tarde, o Club Sport da Madeira passou a ajudar no pagamento da renda, pois, este clube, vinha a Santa Cruz disputar entusiásticos jogos em “misturas”, isto é, juntavam os jogadores de duas equipas formando duas novas, muito conhecidas na época pelos “Azuis” e “Negros”

De modo a proporcionar tais encontros realizavam-se excursões no Funchal com destino a Santa Cruz, com publicidade no Diário de Notícias. Havia campeonatos de futebol e gincanas, que atraíram a esta vila muitos visitantes.

O meio de transporte utilizado era a lancha de passageiros. Num desses anúncios sobre estes eventos desportivos podemos ler, no Diário da Madeira do dia 3 de Setembro de 1922, Domingo, “Excursão à vila de Santa Cruz… haverá um campeonato de desportos atléticos e uma gymkana” na qual tomará parte um grande número de “gentis senhoras”.

Dos vários desportistas de então, salientaram-se, António Costa, Gil, Américo Soares, Bragança, António Barreto, Alcino, Pedro Tristão, Morna, Zamorano, Júlio e Manuel Barreto, etc…

Com o passar dos anos, o entusiasmo e a força anímica foi diminuindo, correndo o Club o risco de extinção, até que a 24 de Março de 1935 um grupo de personalidades de Santa Cruz decide reorganizar o antigo clube. Foram 55, entre os quais António Sebastião Spínola Barreto, Manuel Olavo Spínola Barreto, Júlio Olavo Spínola Barreto, José Olavo Spínola Barreto, Arsénio Oliveira Alvares, Tolentino Rodrigues, João Agostinho de Freitas Faria, Dr. Joaquim Vasconcelos de Gouveia, Dr. Adelino de Almeida Couto, Luís Cirilo de Sá Alves, Dr. Júlio S. C. Albuquerque Rodrigues, Cecílio Dias, Apolinário de Sousa e Sá, Joaquim Paulo de Gouveia e Aníbal Oliveira Alves. Na sua maior parte eram afetos desportivamente ao Sporting Clube de Portugal e Associação Académica de Coimbra, daí o equipamento tradicional do  Clube ter as cores verde e preto.

O clube ficou instalado numa antiga propriedade do morgado Pedro Agostinho Pereira de Agrela, na Praça General Telles, actual Rua da Praia, edifício este que actualmente ainda se mantém como sede.

A bandeira do Santacruzense, de autoria de Aníbal Oliveira Alves e em formato triangular, manteve até os dias de hoje as cores e o emblema.

Em 1937 a Câmara Municipal de Santa Cruz comprou o terreno para a instalação do campo de futebol de São Fernando, que durante quase sete décadas foi palco de muitas das mais brilhantes páginas da história futebolística do clube.

A Marcha do Santacruzense surgiria apenas no início do anos 60, mais concretamente em 1963, sendo da autoria de Luís Cirilo de Sá Alves, que compôs a letra e juntamente com Ramiro Angelo Álvares fez o arranjo da música.

Maria José Camacho, Zita Matos e Filomena Martins formaram o coro, interpretando a música que ainda hoje apaixona os santacruzenses.

O S. C. Santacruzense efetuou o seu primeiro jogo, como clube com estatutos próprios, em 14 de julho de 1935, pelas 15:30 horas, com o 1.º de Abril Foot – Ball Clube, na Praça General Teles, em Santa Cruz, hoje conhecida como Alameda, cujo resultado final nos foi favorável por 2 a 1. Em 1960, iniciou-se o processo de filiação do clube na Associação de Futebol do Funchal, hoje A. F. M.

Nos dias 18 e 25 de junho de 1961, realizaram-se com o Lazareto Futebol Clube, equipa do Funchal, os jogos de competência para o ingresso de uma equipa na divisão de promoção, hoje conhecida como primeira divisão regional, dos quais saímos vencedores por 6 -1 e 5-0.

Ano de brilharete da Seleção Portuguesa no Mundial, 1966 fica igualmente marcado a letras de ouro na história do futebol sénior do Sporting Clube Santacruzense.

Numa altura em que o futebol madeirense era dominado pelos clubes do Funchal, os regulamentos determinavam que o Campeão da Promoção não tinha direito a subir diretamente à I Divisão, tendo antes de disputar um play-off com o último classificado deste escalão.

Vencedor do campeonato promocionário pela quinta vez consecutiva, o Santacruzense teve como adversário no denominado Torneio de Competência o Sporting da Madeira, numa prova disputada a dois jogos.

A 10 de julho de 1966 as duas equipas defrontaram-se no Estádio dos Barreiros, e apesar do maior favoritismo do Sporting (os ‘entendidos’ do futebol chegavam a vaticinar a goleada) uma exibição de grande qualidade e o golo apontado aos 11 minutos por Óscar Marujo valeram ao Santacruzense um justo triunfo e uma importante vantagem para o segundo jogo.

Uma semana depois, em Santa Cruz, e com mais de quatro mil pessoas a assistir, a estratégia montada pelo treinador Jacinto Mestre foi perfeita e o jogo terminou como começou, com empate a zero.

O Santacruzense ascendia pela primeira vez à elite do futebol madeirense e João Ildefonso Vieira ficava na história como o primeiro presidente a consegui-lo.

Deste então o SCS conquistou diversos títulos, tendo sido um clube eclético no passado com diversas modalidades. Para além do futebol, onde se sagrou sete vezes campeão regional de séniores masculinos  (1976/77, 1978/79, 1982/83, 1993/94, 2001/02, 2009/10, 2013/14), e uma vez campeão regional de séniores femininos (2023/2024) teve ainda natação, ténis de mesa, voleibol, andebol, atletismo, patinagem artística, bilhar e automobilismo.

Na atualidade o clube desenvolve as modalidades de futebol (masculino e feminino), automobilismo, andebol, patinagem artística e boccia, merecendo destaque os títulos internacionais conquistados nestas duas últimas modalidades.

Na Patinagem Artística, Madalena Costa sagrou-se bi-campeã da Europa de Infantis (2018 e 2019), Campeã da Europa e da Taça do Mundo de Cadetes (2022), Campeã da Europa de Juvenis, Campeã da Taça de Mundo de Juvenis e campeã do mundo de Juniores (2023).

No Boccia, desde a fundação da Secção de Desporto Adaptado, em 2017, os nossos atletas já conquistaram onze (11) títulos de Campeão Nacional e mais seis (6) subidas ao pódio.

Na época desportiva 22/23 os nossos atletas da classe BC1, Francisco Gouveia e Pedro Velosa, em representação da seleção nacional jovem, sagraram-se Campeões do Mundo por equipas. Francisco repetiu o feito ao tornar-se o primeiro Campeão do Mundo individual da História da competição.

Francisco Gouveia, em representação da seleção nacional jovem, sagrou-se também Campeão Europeu individual e por equipas nos European Para Youth Games.